Descrição
Assumimos que as organizações (formais e informais, e os movimentos sociais) são parte integrante da sociedade e funcionam como sistemas sociais autônomos. Nesse sentido, propomos o delineamento inicial de um acoplamento estrutural entre as organizações e os sistemas funcionais por meio de redes estáveis e institucionalizadas.
Para isso, partimos do pressuposto central de que as organizações não devem ser entendidas apenas como associações de pessoas focadas em um objetivo comum.
As publicações de Niklas Luhmann ainda receberam pouca atenção no campo dos estudos organizacionais. Apresentamos uma introdução à teoria dos sistemas sociais e à sua teoria da organização sobre a qual desenvolvemos dois supostos centrais:
1) Assumimos como centro de análise e observação a elevada complexidade das sociedades do Norte e do Sul Global, exigindo a consideração da contingência e, em consequência, do risco e do perigo como horizonte do desenvolvimento e do planejamento. Sendo assim, apenas conceitos suficientemente sofisticados, com capacidade de dialogar com essa nova situação e contemplar as comunicações e como se produzem os acoplamentos, poderão gerar frutos em uma nova direção.
2) Desenvolvemos o nexo conceitual entre o desenvolvimento, o planejamento e as organizações e redes. A hipótese que formulamos é a de que não é possível delinear uma teoria do desenvolvimento sob uma perspectiva exclusivamente econômica. É necessário considerar a função das organizações, não apenas como atores que integram o território, mas como atores que conformam e orientam as comunicações do território entre os sistemas funcionais, com a sociedade e com o desenvolvimento.