Descrição
Aquilo que a Lava a Jato buscou combater é produto não do modo de governar de um ou outro partido na história recente, mas de uma forma de organizar partes da política e das relações entre Estado e empresa sedimentado durante décadas. Não era algo que se pudesse consertar a jato, rotulando tudo o que se colhia nas delações como sendo parte um único esquema de corrupção a ser julgado no superforo de Curitiba. Os efeitos da inquisição instaurada contra as grandes construtoras, algumas estatais, os dirigentes dessas empresas e agentes políticos no qual embarcaram outros atores além do Judiciário e do Ministério Público foram chocantes. Além da perda de investimentos e empregos, a espetacularização da corrupção deixou como marcas o desmerecimento do Estado de direito e um sentimento antipolítica e anti-Estado que em nada contribuem para levar o país a um novo patamar de governança e que pode permanecer entre nós por anos. Nesta obra, a autora busca avaliar de forma ponderada o defict de governança que permeava o setor de infraestrutura e a relação entre seus agentes e o Estado, apontando que também o sistema que o enfrenta poderia ter se organizado de melhor forma. Uma leitura interessante para quem deseja pensar soluções para o Brasil para além do pânico moral.