Descrição
A exploração cada vez maior da força de trabalho pelo capitalismo degrada o meio ambiente, atinge os fluxos de energia e impõe, pelo capital internacional anglo europeu, uma nova reconfiguração global para a absorção dos excedentes a partir da produção em larga escala de energia renovável. A base disto é o controle de extensas áreas de terra, via contratos de cessão de uso da posse, para a produção de energia eólica e a valorização da terra como ativo financeiro. Impõe-se o despojamento das populações do campo da exploração da sua terra, verdadeira acumulação por despossessão, sua transformação em rentista e a formação de estoque de terra como ativo financeiro. O resultado é uma nova reconcentração fundiária. O processo de financeirização do capitalismo usa o estoque de terra como lastro para formação de títulos vinculados a obrigações futuras, sujeitos a transação no mercado de valores mobiliários, para autovalorizar a renda da terra e o capital em geral. Sem a pretensão de oferecer uma explicação definitiva, a presente obra apresenta um conjunto de ações de pesquisa, de ensino e de extensão, em diversos textos científicos, que permite ao leitor compreender as contradições que envolvem a expansão dos parques eólicos no semiárido brasileiro.