Descrição
Trata-se de um trabalho instigante, que analisa a conjuntura das mulheres candidatas, assim como a realidade das que nunca se candidataram, contextualizando-as no ambiente hostil e antagônico que hoje a Política se apresenta na tarefa civilizatória de fomentarmos avanços nas relações de gênero quando tratamos do nicho hermenêutico da representatividade eleitoral.
É cediço a dificuldade que as candidatas enfrentam no exercício da política eleitoral e partidária, em um ambiente deteriorado. A autora, com propriedade, assevera que os partidos hoje não cumprem plenamente o papel que lhes estatui a Constituição nem apresentam uma democracia interna capaz de assegurar a maior participação da mulher na política. A questão é de fato muito grave e a problemática extrapola as fronteiras partidárias, consagrando-se como uma mazela da sociedade, ainda com estruturas arcaicas e eivadas de preconceitos arraigados. Nesse sentido, os partidos políticos refletem, na condição de aparelhos ideológicos de Estado que são, e também espelhando a cena política de sua época, os elementos axiológicos da sociedade que representam.
Tenho certeza que o trabalho dessa jovem acadêmica que hoje desponta nas letras jurídicas do nosso país traz grande contribuição aos estudiosos da Ciência Política e do Direito Eleitoral.
Vânia Siciliano Aieta