Descrição
Nos últimos anos, o nacionalismo foi reintroduzido no Brasil como um lócus de mobilização política e afetiva dotado de enorme capacidade para promover engajamento e adesão. É em defesa de uma versão idealizada e distorcida da nação que centenas de manifestantes acamparam na frente de quartéis pedindo socorro , apoio e até mesmo intervenção federal diante de uma percebida injustiça contra o que lhes parecem ser os fundamentos em torno dos quais se assenta o país. Esse engajamento político inclui uma utilização proeminente de símbolos e cores da pátria , bem como um recurso constante à suposta ameaça de que tais símbolos poderiam ser violados , o que é visível em frases como nossa bandeira jamais será vermelha e em inúmeras outras situações.
Este livro não discute essas questões de forma direta. Ele retrata a invenção do Brasil e da identidade nacional brasileira, demonstrando como foi constituída a narrativa nacional que ainda é utilizada como um expediente que promove adesão e separação, reunião e polarização. Ele explicitamente rejeita as narrativas comemorativas de violências como o descobrimento , o genocídio e a escravidão, realidades com as quais o país conviveu entre 1500 e 1900, período no qual está compreendida a análise aqui desenvolvida.
Salah H. Khaled Jr.