Descrição
A compreensão e visibilidade dos desdobramentos práticos e teóricos da relação entre o dinheiro e a política, as suas repercussões no processo decisório dos governos e na construção e execução de políticas públicas, da alocação de recursos em defesa de seus interesses privados, ganham contornos mais expressivos na medida em que se propagam escândalos nas mais diversas democracias, de supostos crimes de corrupção entre os agentes políticos e grupos econômicos.
De fato, é decisiva a influência do dinheiro nos resultados eleitorais? As doações empresariais aos partidos políticos são condutas estrategicamente instrumentalizadas na dinâmica do processo eleitoral para a promoção do interesse das empresas? É possível se demonstrar de que modo as estratégias e ações dos participantes do jogo eleitoral no Brasil indicam as supostas desigualdades de condições de financiamento e de disputa eleitoral? As modernas democracias parlamentaristas europeias, a exemplo da Itália, vivenciam inquietudes semelhantes àquelas do Brasil, especificamente, em relação à crise de representação político-partidária?
A disputa pelo poder econômico se desenvolve nas mais diversas dimensões, exercendo influência diretamente sobre o poder político dominante. A busca pela conquista do poder econômico, este como pressuposição para a constituição do sistema político, nos induz à reflexão sobre os complexos efeitos que o poder produz nas relações humanas. Compreendê-lo à luz de teorias filosóficas, como algo que forma o sujeito, algo de que dependemos para existir e, os efeitos que ele produz no homem enquanto ser social, talvez, nos permita pensar com mais clareza os questionamentos enfrentados nesta obra.