Descrição
Esta obra se insere na transdisciplinariedade criminológica. Aqui se desmistificará a simples visão da corrupção como sendo oriunda apenas do Estado, assim como a ilusória ideia de luta entre o bem e o mal, cujo epicentro orbita o direito criminal enquanto falsa solução simplória ante um problema complexo. Na sociedade, basta um inimigo comum, uma causa comum, um nacionalismo exacerbado, para se produzir nichos de poderes legitimados e aparelhos de justiçamentos estatais como único elixir do caos, onde nascem e promovem-se os pretensos heróis, na mitificação caótica do imaginário inimigo.
E quanto mais ameaçador for, mais capital político se tirará dessa realidade. A massiva visão da criminalidade como combate acaba em questão de tempo frustrando o consciente coletivo, com um aparente sem fim de casos, num complexo de sociedade corrupta como causa de tudo, onde nada se explica. O método aqui é voltado para compreensão dos séculos de nossa historicidade e dos consequentes arranjos institucionais criados em nosso habitus, da nossa cultura, num caleidoscópio incluindo análises feitas sob o prisma de interpretações trazidas por clássicos de literatura nacional, circundando a discussão num ponto chave: a precária delimitação entre o público e o privado, mesmo em fundamental ambiente democrático.