Descrição
Este é um livro que nos convoca a pensar criticamente a presença ativa e cruel da lógica escravista entre nós. De uma forma leve e ao mesmo tempo profunda, a autora passeia por momentos dolorosos da história do Brasil, propondo um diálogo crítico e honesto com quem hoje lida com o mundo do trabalho. A primeira lição é compreender como o passado se torna presente em situações degradantes de trabalho que persistem, mesmo quando já temos tecnologia e experiência mais do que suficientes para superarmos, de modo definitivo, tais práticas.
A autora investiga as circunstâncias em que, no Poder Judiciário, a palavra é utilizada como instrumento de dominação. É através desse mecanismo que o tipo do artigo 149 do Código Penal é interpretado de tal modo a esvaziar o conceito de condição análoga a de escravo, limitando-o às hipóteses de privação de liberdade, quando sua intenção é também resguardar a dignidade do trabalhador.
O texto nos convida a pensar de que modo estamos implicados nesse modelo de convívio social, que acaba por tolerar e naturalizar de formas de exploração degradantes e excessivas. Este livro é, portanto, um convite à reflexão, capaz de nos expulsar da zona de conforto, incentivando-nos a repensar a prática judiciária.