Descrição
A narrativa construída por Araújo revela como o direito é um produto e ferramenta de uma sociedade democrática em constante evolução. A autora argumenta que o surgimento da televisão e do rádio democratizou o acesso à informação, mas que foi o advento das plataformas digitais que reconfigurou de forma significativa o debate sobre o direito ao esquecimento no Brasil. A ubiquidade das plataformas digitais e o papel central que elas desempenham na coleta e processamento de dados em larga escala elevaram grandes empresas de tecnologia à condição de poderosos atores do capitalismo informacional, que controlam a esfera pública digital. Diante dessa realidade, a principal contribuição da obra reside em tecer o argumento original de que o direito ao esquecimento possui uma dupla dimensão: uma individual, enquanto direito de proteção do indivíduo, e outra pública, como instrumento para a fiscalização e contenção do poder dessas empresas.
Trecho do prefácio de Beatriz Kira