Descrição
Os estudos pós-coloniais, a luta antirracista, juntamente ao debate sobre a branquitude e a supremacia branca, além das problematizações de gênero, migração e diáspora, ganharam destaque no meio acadêmico nos últimos anos. Essa discussão também ocorre no intenso debate nas redes e nas mais diversas mídias no Brasil e no mundo, infelizmente, com muitos casos reais como exemplos da doença que é o racismo nas sociedades contemporâneas. Neste cenário, as literaturas chamadas de pós-coloniais, principalmente as literaturas produzidas por mulheres, constituem profícuo material que possibilitam tanto a ilustração como o fortalecimento da discussão a respeito de racismo, de desigualdade de gênero e de branquitude, promovendo um verdadeiro letramento racial através da literatura. A internet possibilitou maior visibilidade, leitura, produção e troca de produções literárias feitas por mulheres, além de disseminar e popularizar os estudos a respeito de branquitude e da luta antirracista. Neste contexto, o livro Americanah (2014) de Chimamanda Ngozi Adichie se insere como corpus literário deste trabalho que tem como recorte a reflexão do pós-colonialismo e dos temas de raça, racismo, diáspora e branquitude. Nesta dissertação, as reflexões, o blog e as tranças do cabelo de Ifemelu conduzem os embates a respeito de mulheres negras em diáspora e das perdas impostas pelo sistema supremacista branco.