Descrição
A autora propõe os Círculos Comunitários Transformativos como estratégia dialógica e colaborativa para o enfrentamento das expressões da violência, sob as diretrizes da Justiça Transformativa. A obra evidencia os limites das práticas de mediação e restaurativas, revelando como as injustiças estruturais e simbólicas são reproduzidas. Referenciada em Nancy Fraser e Paulo Freire, a autora defende um modelo democrático participativo, que rompe com os paradigmas punitivistas, focando na igualdade social, no reconhecimento das identidades e na transformação das violências que permeiam as relações sociais pautadas nas exclusões e nas hierarquias. Trata-se de uma justiça participativa que convida a comunidade a refletir sobre o futuro ansiado.
Os Círculos Comunitários Transformativos, conduzidos de forma horizontal, impulsionam a adoção de novas formas de sociabilidade e o protagonismo político dos participantes. Elementos como o objeto da fala, os valores compartilhados e a decisão consensuada estruturam a dinâmica e constroem a empatia e o respeito mútuo. O livro registra a aplicação da metodologia em oficinas realizadas com mulheres em comunidades vulnerabilizadas no Rio de Janeiro, que ensejaram a elaboração de projetos comunitários com impacto direto na realidade local. A experiência revela o papel político dos Círculos e sua potência transformadora na luta contra injustiças estruturais e simbólicas e na reconstrução de relações
sociais emancipatórias.