Descrição
A sociedade moderna tem depositado muitas expectativas em torno do encarceramento, como a contenção dos criminosos, retirando-os do convívio social, ou pairando como ameaça punitiva sobre outros indivíduos que não cumprirem as leis. Mas, uma das mais desejadas tarefas seria a de correção moral dos criminosos. Para tanto, se busca prepará-los para o retorno à sociedade submetendo-os à rotina da vida encarcerada, à disciplina do trabalho, à educação e às atividades que imponham o respeito às regras sociais.
No entanto, tais expectativas só em parte têm sido satisfeitas. A História mostra que a experiência do encarceramento mais aprofunda os indivíduos na vida delinquente do que os restitui para a vida social apartada do crime. A desejada correção moral nunca se apresentou como tarefa fácil de ser imposta e alcançada.
O presente livro é um convite ao leitor para ingressar no cotidiano de instituições de confinamento - uma penitenciária e um instituto para crianças e adolescentes “abandonados” e infratores nas primeiras décadas do século XX - e compreender como e por que os internos resistiam (e resistem até hoje) ao cumprimento de regras, à rigidez disciplinar que lhes era imposta mesmo quando submetidos aos castigos formais e informais que marcam as interações sociais naquelas instituições.