Descrição
A presente obra surge da ideia de que existe uma crise de representação política no Brasil, consubstanciada na limitação e decadência de algumas instituições democráticas. O voto pode ser lido como uma barreira à participação, na medida em que privilegia uma única forma de ação. Os partidos políticos parecem ser inautênticos, desprovidos de ideologias consistentes e sem vínculos com a sociedade civil. O elevado número de denúncias por práticas de corrupção envolvendo lideranças políticas contribui para fomentar um péssimo geral em relação à política brasileira.
O objetivo do trabalho é responder se a descrença partidária é justificável, historicamente, almejando firmar qual o tipo de relação que o sistema partidário estabelece entre a sociedade civil e o Estado brasileiro. Para responder a estas indagações, parte de dois marcos teóricos. O primeiro deles, como modelo ideal, a representação política, na qual os partidos políticos realizam a articulação de interesses de grupos e classes. Por outro lado, utiliza a teoria da cooptação política, na qual vigora um modelo de Estado centralizado, que se utiliza de mecanismos patrimoniais para incorporar ou agregar a participação política de forma inautêntica. Emprega ambos os modelos para realizar uma análise dos sistemas partidários brasileiros que se constituíram ao longo do período compreendido entre 1822 a 1988.