Descrição
Não raras ocasiões o telefone toca em um horário já convencionado como a hora das operações policiais , e mais que rapidamente, ao atender, se ouve do outro lado da linha um interlocutor assustado, pasmado com a invasão domiciliar ocorrida nas primeiras horas da manhã e há um furor e uma atmosfera absolutamente particulares nesse tipo de situação, porquanto, nessas circunstâncias, mais que uma investigação, nasce antecipada e precocemente para a sociedade, o estigma da culpa e a versão popular de um criminoso onde há pouco havia a imagem intocada de uma pessoa.
No presente estudo alinhei meus esforços no sentido de expressar toda a angústia e a preocupação que circundam o dia a dia do exercício de defesa. Missão que considero sagrada. A história sempre explica por meio do estudo estruturado suas motivações e os caminhos percorridos para a realidade, tal como hoje a conhecemos. Basta seguir seus passos e ter empatia pelo conteúdo. No tempo certo, a escrita foi fácil, apesar de intensa e rica de informações e conteúdo, próprios ao tema e à natureza do trabalho, alinhados às pesquisas e a um conjunto de reflexões, vivências e sentimentos do cotidiano, ao exercício da advocacia criminal, como também ao acúmulo das insatisfações, incertezas e sentimento de injustiça vivenciados quando a voz da defesa não é ouvida. E, finalmente, este estudo nasceu.