Descrição
Rudson Bueno se dispôs a uma profunda investigação nesse maravilhoso mundo filosófico, coroando-a com esse excelente trabalho que o leitor tem em mãos. O autor já possui vasta experiência em pesquisa e escrita, pois publicou os livros Tributação Sobre Serviços e Gestão Tributária, aventurou-se nos últimos anos ao estudo da Filosofia, enfrentando uma nova área do conhecimento e uma nova temática.
A reflexão filosófica sempre apresentou a dramaticidade da concepção do homem, vertendo sobre esse conceito as mais diversas acepções, e logo notamos a importância de compreendermos o modo como este homem está instalado no kósmos. É na obra de Santo Agostinho que encontramos uma nova expressão, que alcança uma amplitude e uma profundidade, pois, em seu cogito, há um estreito paralelismo entre o itinerário existencial e a busca da verdade, de modo que não é possível dissociar a experiência pessoal da expressão teórica da verdade.
René Descartes trata da temática do cogito, em que se tem uma nova expressão para o pensar e o sentir do kósmos. A concepção racionalista do cogito de Descartes servirá de expressão paradigmática, uma vez que constituirá a base de um projeto original no campo filosófico e na inversão da ordem tradicional do saber. O desenvolvimento metódico de Descartes terá o papel de firmamento indubitável do cogito, e, por sua vez, a inadequação entre a certeza e a verdade (o ser) do cogito e a certeza e verdade do (o ser) do mundo exterior impõem o recurso à existência e veracidade de Deus.
O autor, ao final de seu trabalho, nos faz notar que embora haja certas convergências, temos contrastes bem distintos entre essas concepções; Santo Agostinho desejava antes encontrar uma única verdade, e percebe que a mais fundamental é o seu próprio eu , enquanto o cogito de René Descartes é um fundamento inabalável, sobre o qual todas as outras verdades estão erigidas.
Saulo Fernandes Brito