Descrição
A partir da década de setenta, a importância do Poder Judiciário como solução de conflitos passou a ser questionada e redimensionada, com várias medidas adotadas na área processual e comportamental, ressaltando os meios adequados de tratamento de conflitos, em conformidade com o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal de 1988.
O presente livro aborda o sistema multiportas de acesso à justiça, privilegiando os meios autocompositivos, dentre os quais se destacam a conciliação, a mediação, com ênfase na Constelação familiar. Esta trouxe um modo mais humanizado para olhar as contendas, originando o movimento denominado Direito Sistêmico. Por questões culturais, o monopólio da Justiça nas mãos do Poder Judiciário acabou por congestionar o sistema e gerar insatisfações com a qualidade da prestação jurisdicional.
Nesse andar, a concepção sistêmica idealizada por Bert Hellinger e demais pensadores, com a ideia de que o ser humano pertence a vários sistemas, individuais e sociais e o advento do Direito sistêmico, permitem uma nova percepção desse indivíduo, levando-se em consideração os vínculos e os grupos ao qual pertence, no enfrentamento do conflito e na busca da pacificação social.
Um longo caminho deverá ser percorrido com o intuito de se utilizar a Constelação familiar no Poder Judiciário como uma prática do cotidiano. Mas, mas ela já está presente nesse ambiente. Introduzida nos conflitos familiares, tem seu campo de ação ampliado e suas técnicas podem ser utilizadas na área penal, com vítimas e transgressores, na área empresarial, no direito coletivo e difuso, entre outros. O importante é que os primeiros passos foram dados e vários operadores do direito, no Brasil, adotam essa técnica para uma melhor compreensão do conflito, com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).