Descrição
O Direito veio a mim não como sonho acalentado. Chegou feito desafio. Em 2007, médico há 22 anos, quis ir além de meus constantes estudos nas Ciências Médicas, fascinantes porém excessivamente técnicas, e conhecer as Ciências Humanas, justamente em sua versão mais forte, a jurídica. Mirei a USP, que já tinha me acolhido aos 17 anos, na graduação em Medicina. Novamente aluno, fui seduzido . pela história das Arcadas do Largo São Francisco, refletida nas amareladas luzes noturnas do Pátio pelas disciplinas regidas por competentes mestres pelos amigos que fiz e cultivei e por, de novo universitário, me sentir mais jovem.
Senti que o Direito me oferecia muito, mas achei que o que eu tinha a oferecer ao Direito era minha experiência como médico. Este livro é o resultado disso. Fruto de minha dissertação de Mestrado, defendida em fins de 2014 no Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia da Faculdade de Direito da USP, mostra minha pesquisa na área das expressões de vontade relativas ao processo da morte. A obra preservou quase ipsis literis o texto de minha dissertação, já que não pretende ser espécie de manual de como fazer diretivas antecipadas de vontade para o fim da vida. A ideia é discutir o valor das diretivas à luz de seus méritos e limitações, para quem sabe tornar essa ferramenta cada vez mais útil na preservação do bem-estar. A melhor forma de avançar, em um ambiente democrático, é atrair o olhar da sociedade, do legislador e do juiz. E isso não é pouco.