Descrição
O atual quadro social de recrudescimento da violência em detrimento das comunidades tradicionais de terreiro é analisado a partir do ineditismo das circunstâncias sociais ensejadoras do que ora se denomina como terrorismo. Problematiza-se, ainda, o fenômeno como sintoma de subjetividades intolerantes, onde a combinação com a criminalidade contumaz transmuta racismo simbólico-religioso para terrorismo fundado na crença. O caráter inédito de terror social/generalizado passa a demandar respostas sociais construídas a partir de ações coletivas, já que o interesse por incolumidade pública apresenta-se, nitidamente, de natureza difusa. As narrativas discursivas empregadas, até o presente momento, apresentam-se ora ineficazes, ora ineficientes; não tendo sido, igualmente, alcançado nível ótimo de organização das ações coletivas e articulação dos meios adequados para os fins colimados, quais sejam: tutela e fomento do debate público. Nesse sentido, ante precariedade do espaço público, da esfera política e da incapacidade na salvaguarda do povo de santo dos atos de violência religiosa, tal estado pulverizado de insegurança enseja práticas de saber-fazer cotidianas, verdadeiras táticas de sobrevivência ante a possibilidade do extermínio de corpos, objetos e locais sagrados/sacralizados.