Descrição
A pesquisa apresenta uma chave de leitura que nos leva a compreender a centralidade da divisão sexual do trabalho na construção de desigualdades que de tão arraigadas acabam sendo naturalizadas. O papel do olhar filosófico é justamente desnaturalizar, desconstruir e criticar a naturalização da opressão e a tirania do hábito (que anestesia , como imortalizou Clarice Lispector). Em um projeto democrático precisamos discutir desigualdades estruturais e seus marcadores de opressão, raça, classe, gênero, como forma de contribuir para a elaboração de políticas públicas à construção de uma sociedade mais justa, livre de preconceitos e igualitária.
Registre-se, no entanto, que há, historicamente, uma coabitação histórica da democracia com uma variedade de formas de exclusão que foram justificadas com teorias democráticas do momento, como nos alerta Frank Cunningham em Teorias da Democracia . É preciso reiterar que não há democracia se não forem desafiadas todas as hierarquias: de classe, de raça, de gênero, incluindo as hierarquias presentes na esfera doméstica e nos locais de trabalho, e todas as estruturas persistentes de dominação de um grupo sobre outro.
Prefácio de Profa. Dra. Loiane Prado Verbicaro
Professora da Faculdade de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação
em Filosofia. Líder do Grupo de Pesquisa (CNPq): Filosofia Prática:
Investigações em Política, Ética e Direito. Universidade Federal do Pará.